MÃE!!!

MÃE!!!
Ela era uma Rosa

A vida não pára!

Paciência

Lenine

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não para...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para não...

Será que é tempo
Que lhe falta para perceber?
Será que temos esse tempo
Para perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não para
A vida não para...

A vida não para...

http://www.youtube.com/watch?v=sXmWAOIWg3w


















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sábado, 27 de junho de 2020

Chuva em Caraguatatuba

Às 4h da manhã de ontem (há exatamente 24 horas) começou a chover em Caraguatatuba.

Durante o dia parou, mas o céu ficou nublado. Fresco, o ar.

Uma sexta feira tranquila.

Fui ao quintal, arranquei um pé de mandioca, lancei um rápido olhar para o lugar onde ela "descansa" e vim para dentro lavar as raízes.

Daí a pouco começou a chover novamente. Esfriou.

Pelo whatsapp, conversando com os filhos, veio-me a triste ideia de que ela estaria gelada, na chuva.

-Animais amados nunca esfriam, disse minha primogênita. Eles continuam aquecidos pelo amor que nós demos a eles durante a vida.

- Ela está protegida com a roupa rosa, disse o marido. Você fez bem enterrando-a com a roupinha que ela adorava.

Verdade. Quando estava frio, bastava pegar a roupinha que ela vinha se oferecer, enfiando o rostinho para dentro da gola. Deixava por os bracinhos sem nenhum esforço, totalmente dócil e cooperativa.

Mas a ideia que me bateu de repente foi dela estar gelada, passando frio, mesmo com a roupinha.

O que eu fazia? Pegava-a no colo, bem apertadinha, e levava-a para minha cama. Eu nos cobria e a abraçava, de conchinha. Ali dormíamos até que ela se esquentasse bem e resolvesse levantar. Levantávamos juntas e íamos lá fora, para que ela fizesse um xixi.

Hoje não foi assim. Eu tive que aguentar o desespero de pensar que ela estaria lá fora, sozinha, sob a terra molhada, e estaria gelada. Sem um colo e uma cama quente.

A ideia de que o amor que demos a ela a mantém quente me conforta um pouco porque, como dizem meus filhos, se alguém foi amada nesse mundo, foi ela.

Amada, mimada, acarinhada, afagada, saciada... Teve quase tudo o que desejou. Guloseimas, passeios de carro, a pé, caminha nova, guia e coleira peitoral cor de rosa, colo sempre que quis. Banho quente, no meu banheiro, no meu chuveiro. Coisas que a maioria não tem.

Mas mesmo assim ainda estou doendo. Não é remorso. É saudade. Falta. Vazio.

Choveu manso em Caraguatatuba. Mas choveu sobre ela. Espero que minha filha tenha razão. O amor que demos a ela a mantém aquecida nessa inverno que apenas começou. Mantenha-se aquecida, meu bebê. O amor que temos por você será capaz disso.

Amor prá sempre, Amy. O quanto você precisar. Mamãe.

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