No dia 12 ela tomou soro o dia todo, na Clínica Praia Pet. Fui buscá-la à tarde, ela tomou bastante água e ela dormiu bem.
Desde o dia 13 estava sendo alimentada pela seringa de 20 ml que o dr Fabrício me deu.
Eu passava patê de carne, gema de ovo, vitaminas e um pouco de leite de soja pela peneira e dava a ela de 4 a 5 vezes por dia.
A semana toda. Na noite do dia 19 ela ainda aceitou. Fomos dormir bem tarde, como de costume.
Ela a meu lado, na cama, gemendo muito e querendo um abraço. Dormimos assim por um tempo depois ela quis descer. Passou o resto da noite em sua caminha nova, vermelha. Coberta e com sua roupinha rosa.
Dia 20 eu me levantei e fiz carinho em sua barriga. Disse que ia tomar banho.
Quando eu voltei, ela já não respirava. Abriu-se um vácuo dentro de mim. Eu nunca sentira tanta solidão.
16 anos dormindo com ela, que me seguia pela casa e pelo quintal. Que tinha ciúmes de mim, tanto pelos filhos quanto pelas outras cachorras.
Cobri o rostinho dela, de olhos embaçados que eu não consegui fechar, e fui lá fora fazer a coisa mais triste que eu já tive que fazer: cavar uma sepultura pra minha mais amada companheira.
Cavei entre dois pés de pitaya. Voltei e perguntei a ela se ela tinha mesmo certeza. Coloquei-a de lado, como está dormindo nessa caixa. Cobri-a com terra fria, os rostinho deixei pro fim. Coloquei algumas folhas secas de banana por cima e, perto de sua cabecinha, plantei dois galhos de rosa.
Das que minha mãe amava, sem espinhos. Não tive coragem de voltar lá, ainda.
Minha querida amiga Michelle ficou comigo um bom tempo ao telefone, me consolando. Isso me ajudou muito. Outra amiga muito querida, Márcia, também me ligou quando soube, e ficou um tempão me consolando. Essa eu trago desde a infância, desde o primeiro ano do "Grupo Escolar", quando tínhamos seis anos.
Não sei levantar sem olhar pro lugar dela, que agora está vazio. Em toda parte da casa ainda acho um pelinho preto. E me assusto. A ausência dói. Muito.
Toda vez que me levanto da cadeira do computador ameaço pular o lugar onde ela se deitava.
Amy, sua falta será sempre sentida. Vou amar você prá sempre, Pêto Vicente. Meu amorzinho preto de olhos brilhantes, petinho e peludo, como dizem meus filhos, mimada e amada, carregada no colo como bebê e protegida. Muito amada. Muito. Outra hora conto a história do nome dela também ser Filipinho Atinho.
Outra hora. Por hoje, já sofri demais. Amy. meu bebê de 4 patas e peludo. O último animalzinho que teve a presença de todos os meus filhos em casa. Agora meu ninho está muito mais vazio.
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